09 junho 2008
"A Água"
Meus senhores eu sou a água
que lava a cara, que lava os olhos
que lava a rata e os entrefolhos
que lava a nabiça e os agriões
que lava a piça e os colhões
que lava as damas e o que está vago
pois lava as mamas e por onde cago.
Meus senhores aqui está a água
que rega a salsa e o rabanete
que lava a língua a quem faz minete
que lava o chibo mesmo da raspa
tira o cheiro a bacalhau rasca
que bebe o homem, que bebe o cão
que lava a cona e o berbigão.
Meus senhores aqui está a água
que lava os olhos e os grelinhos
que lava a cona e os paninhos
que lava o sangue das grandes lutas
que lava sérias e lava putas
apaga o lume e o borralho
e que lava as guelras ao caralho
Meus senhores aqui está a água
que rega rosas e manjericos
que lava o bidé, que lava penicos
tira mau cheiro das algibeiras
dá de beber ás fressureiras
lava a tromba a qualquer fantoche e
lava a boca depois de um broche.
Após a leitura deste poema, reparamos que Bocage é um grande
homem...Não tem papas na lingua e descreve o poema sem qualquer tipo
de preconceitos. Sendo que a leitura é de fácil intepretação e de
linguagem. Para um poema de séc:.XVIII, onde a mentalidade da
sociedade da altura era muito mais reservada, onde havia preconceitos
quando a determinados aspectos, Bocage ultrapassa os preconceitos da
altura escrevendo este e outros poemas.
Meus senhores eu sou a água
que lava a cara, que lava os olhos
que lava a rata e os entrefolhos
que lava a nabiça e os agriões
que lava a piça e os colhões
que lava as damas e o que está vago
pois lava as mamas e por onde cago.
Meus senhores aqui está a água
que rega a salsa e o rabanete
que lava a língua a quem faz minete
que lava o chibo mesmo da raspa
tira o cheiro a bacalhau rasca
que bebe o homem, que bebe o cão
que lava a cona e o berbigão.
Meus senhores aqui está a água
que lava os olhos e os grelinhos
que lava a cona e os paninhos
que lava o sangue das grandes lutas
que lava sérias e lava putas
apaga o lume e o borralho
e que lava as guelras ao caralho
Meus senhores aqui está a água
que rega rosas e manjericos
que lava o bidé, que lava penicos
tira mau cheiro das algibeiras
dá de beber ás fressureiras
lava a tromba a qualquer fantoche e
lava a boca depois de um broche.
Após a leitura deste poema, reparamos que Bocage é um grande
homem...Não tem papas na lingua e descreve o poema sem qualquer tipo
de preconceitos. Sendo que a leitura é de fácil intepretação e de
linguagem. Para um poema de séc:.XVIII, onde a mentalidade da
sociedade da altura era muito mais reservada, onde havia preconceitos
quando a determinados aspectos, Bocage ultrapassa os preconceitos da
altura escrevendo este e outros poemas.
Bocage
Ao aproximar-se a hora da morte, escreveu: "(...) Rasga meus versos. Crê na eternidade."
Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.
Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa!... Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse, pura!
Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui... A santidade
Manchei!... Oh! Se me creste, gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!
Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.
Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa!... Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse, pura!
Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui... A santidade
Manchei!... Oh! Se me creste, gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!
Auto- retrato de Bocage

Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão n’altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno;
Incapaz de assistir num só terreno
Mais propenso ao furor do que à ternura,
Bebendo de níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno;
Devoto incensador de mil deidades
(Digo de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades;
Eis Bocage, em que luz algum talento:
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento.
Poeta cuja lírica prenuncia o movimento romântico, foi sobretudo pela veia satírica, jocosa e erótica que Bocage – “mais propenso ao furor do que à ternura”

Pintura no Romantismo
A pintura foi a disciplina mais representativa do romantismo. Foi ela o veículo que consolidaria definitivamente o ideal de uma época. As cores se libertaram e fortaleceram, dando a impressão, às vezes, de serem mais importantes que o próprio conteúdo da obra. A paisagem passou a desempenhar o papel principal, não mais como cenário da composição, mas em estreita relação com os personagens das obras e como seu meio de expressão.
É o que acontece com as tempestades de Turner, cuja força expressiva permitiu ao pintor prescindir, intencionalmente, de toda presença humana; ou das montanhas nebulosas de Friedrich, solitárias e místicas. Na França e na Espanha, o romantismo produziu uma pintura de grande força narrativa e de um ousado cromatismo, ao mesmo tempo dramático e tenebroso. É o caso dos quadros das matanças de Delacroix, ou do Colosso de Goya, que antecipou, de certa forma, a pincelada truncada do impressionismo.
É o que acontece com as tempestades de Turner, cuja força expressiva permitiu ao pintor prescindir, intencionalmente, de toda presença humana; ou das montanhas nebulosas de Friedrich, solitárias e místicas. Na França e na Espanha, o romantismo produziu uma pintura de grande força narrativa e de um ousado cromatismo, ao mesmo tempo dramático e tenebroso. É o caso dos quadros das matanças de Delacroix, ou do Colosso de Goya, que antecipou, de certa forma, a pincelada truncada do impressionismo.
BOCAGE 1765-1805
Bocage era espectacular! Teve uma vida devassa, era boémio, por isso a fama de pervertido, maldito. Porém, quem conhece a sua obra, sabe da sua grandeza e complexidade. Nós consideramos Bocage um poeta brilhante, e admiramos principalmente,a sua fase pré-romântica.
*Defenitivamente, um GRANDE Poeta !Apenas tinha uma mente muito aberta para a epoca..
Bocage era espectacular! Teve uma vida devassa, era boémio, por isso a fama de pervertido, maldito. Porém, quem conhece a sua obra, sabe da sua grandeza e complexidade. Nós consideramos Bocage um poeta brilhante, e admiramos principalmente,a sua fase pré-romântica.
*Defenitivamente, um GRANDE Poeta !Apenas tinha uma mente muito aberta para a epoca..
Pré- Romantismo
O pré-romantismo é uma tendência pela literatura que começou nos fins do século XVIII, esta tendência começa a afastar-se do neoclássico e começa a seguir os ideais do Romantismo. Na Inglaterra e na Alemanha surge como movimentos, em Portugal não chega a ser movimento, manifestando-se em escritores, muitos deles ainda ligados ao arcadismo. As características fundamentais do pré-romantismo são a valorização do sentimento, o amor da natureza e da vista da paisagem como locus horrendos.
O pré-romantismo é uma tendência pela literatura que começou nos fins do século XVIII, esta tendência começa a afastar-se do neoclássico e começa a seguir os ideais do Romantismo. Na Inglaterra e na Alemanha surge como movimentos, em Portugal não chega a ser movimento, manifestando-se em escritores, muitos deles ainda ligados ao arcadismo. As características fundamentais do pré-romantismo são a valorização do sentimento, o amor da natureza e da vista da paisagem como locus horrendos.

ROMANTISMO
O Romantismo foi um movimento artístico e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa que perdurou por grande parte do século XIX.
Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao racionalismo que marcou o período neoclássico e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa. Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o Romantismo toma mais tarde a forma de um movimento e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo.
Se o século XVIII foi marcado pela objectividade, pelo Iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjectividade, pela emoção e pelo eu.
O termo romântico refere-se, assim, ao movimento estético ou, num sentido mais lato, à tendência idealista ou poética de alguém que carece de sentido objectivo.
Origens
O Romantismo surgiu na Europa numa época em que o ambiente intelectual era de grande rebeldia. Na política, caíram os sistemas de governo despótico e surgia o liberalismo político (não confundir com o liberalismo económico do Século XX). No campo social imperava o inconformismo e no campo artístico o repúdio às regras. A Revolução Francesa é o clímax desse século de oposição. No Brasil, o romantismo coincidiu com a independência política em 1822 com o 2º Reinado, a guerra do Paraguai e a campanha abolicionista.
Alguns autores neoclássicos já nutriam um sentimento mais tarde dito romântico antes de seu surgimento de fato, sendo assim chamados pré-românticos. Nesta classificação encaixam-se Francisco Goya e Bocage.
O Romantismo viria a manifestar-se de formas bastante variadas nas diferentes artes e marcaria, sobretudo, a literatura e a música (embora ele só venha a se manifestar realmente aqui mais tarde do que em outras artes). À medida que a escola foi sendo explorada, foram surgindo críticos à sua demasiada idealização da realidade. Destes críticos surgiu o movimento que daria forma ao Realismo.
Neste sentido, as características centrais do romantismo viriam a ser o lirismo, o subjetivismo e o sonho de um lado e o exagero e a busca pelo exótico e pelo inóspito de outro. Também destacaram-se o nacionalismo, a idealização do mundo e da mulher, assim como a fuga da realidade e o escapismo. Eventualmente também será notado o pessimismo e um certo gosto pelo lúgubre.
O termo romântico refere-se, assim, ao movimento estético ou, num sentido mais lato, à tendência idealista ou poética de alguém que carece de sentido objectivo.
Origens
O Romantismo surgiu na Europa numa época em que o ambiente intelectual era de grande rebeldia. Na política, caíram os sistemas de governo despótico e surgia o liberalismo político (não confundir com o liberalismo económico do Século XX). No campo social imperava o inconformismo e no campo artístico o repúdio às regras. A Revolução Francesa é o clímax desse século de oposição. No Brasil, o romantismo coincidiu com a independência política em 1822 com o 2º Reinado, a guerra do Paraguai e a campanha abolicionista.
Alguns autores neoclássicos já nutriam um sentimento mais tarde dito romântico antes de seu surgimento de fato, sendo assim chamados pré-românticos. Nesta classificação encaixam-se Francisco Goya e Bocage.
O Romantismo viria a manifestar-se de formas bastante variadas nas diferentes artes e marcaria, sobretudo, a literatura e a música (embora ele só venha a se manifestar realmente aqui mais tarde do que em outras artes). À medida que a escola foi sendo explorada, foram surgindo críticos à sua demasiada idealização da realidade. Destes críticos surgiu o movimento que daria forma ao Realismo.
Neste sentido, as características centrais do romantismo viriam a ser o lirismo, o subjetivismo e o sonho de um lado e o exagero e a busca pelo exótico e pelo inóspito de outro. Também destacaram-se o nacionalismo, a idealização do mundo e da mulher, assim como a fuga da realidade e o escapismo. Eventualmente também será notado o pessimismo e um certo gosto pelo lúgubre.
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