29 julho 2008

Férias


Após um ano de trabalho, estão a chegar as merecidas férias!!!

Os livros e os cadernos terão o merecido descanso e nós partiremos à procura de novas aventuras e descobertas.

Voltaremos em Setembro com energias renovadas e com novo animo.

Até lá!!!!


"Mesmo que não conheças nem o mês nem o lugar

caminha para o mar pelo verão"

Ruy Belo

28 julho 2008

Enredo

De uma forma resumida, o enredo é o seguinte: D. João de Portugal, um nobre muito respeitado na sociedade, desapareceu, em 1578, na batalha de Alcácer Quibir, por sinal a mesma na qual o rei D. Sebastião perdeu a vida. Contudo, a morte de D. João de Portugal nunca foi provada, passando-se exactamente o mesmo com D. Sebastião.
Entretanto, a mulher de D. João de Portugal, D. Madalena, esperou sete anos pelo marido, uma espera que se revelou infrutífera. Pese ter casado com D. João de Portugal, a meio da peça o leitor dá-se conta do facto de ela nunca o ter amado verdadeiramente.
D. João de Portugal – Casado com Madalena, mas desaparecido na batalha de Alcácer Quibir; austero; sentimento amoroso por Madalena; sonhador; crente (quando pensa, por momentos, que Madalena o ama).
1578 – Madalena casa com D. João. Madalena conhece M. de Sousa.
1578 / 1585 – Madalena procura assegurar-se da morte de D. João
1598 / 1599 (1 ano) – D. João é libertado dirige-se para Portugal
Agosto (3 dias) – D. João apressa-se para chegar
D. João regressa a Portugal disfarçado de romeiro.
D. João de Portugal: guerreiro honrado e generoso; parece ser cruel e vingativo, mas perdoa a esposa; pede a Telmo que salve D. Madalena e D. Manuel do triste fim que os aguardava.

Manuel de Sousa Coutinho


Segundo marido de Madalena;

pai de Maria;
teme que D. João possa regressar (ideia inconfessada);
que a saúde débil de sua filha progrida para uma doença grave;
decidido, patriota (incendeia o seu palácio porque este iria ser ocupado pelos governadores espanhóis;
sofre, sente remorsos ao pensar na cruel situação em que ficara a sua querida Maria; Amor paternal.

CLASSIFICAÇÃO DA OBRA


«Garrett disse na Memória ao Conservatório que o conteúdo do Frei Luís de Sousa tem todas as características de uma tragédia. No entanto, chama-lhe drama, por não obedecer à estrutura formal da tragédia:
Não é em verso, mas em prosa;
Não tem cinco actos;
Não respeita as unidades de tempo e de lugar;
Não tem assunto antigo.

Sendo assim, quase podemos dizer que é uma tragédia, quanto ao assunto. Na verdade,
1. O número de personagens é diminuto;
2. Madalenas, casando sem ter a certeza do seu estado livre, e Manuel de Sousa, incendiando o palácio, desafiam as prepotências divinas e humanas (a hibris);
3. Uma fatalidade (a desonra de uma família, equivalente à morte moral), que o assistente vislumbra logo na primeira cena, cai gradualmente (climax) sobre Madalena, atingindo todas as restantes personagens (pathos);
4. Contra essa fatalidade os protagonistas não podem lutar (se pudessem e assim conseguissem mudar o rumo dos acontecimentos, a peça seria um drama); limitam-se a aguardar, impotentes e cheios de ansiedade, o desfecho que se afigura cada vez mais pavoroso;
5. Há um reconhecimento: a identificação do Romeiro (a agnorisis);
6. Telmo, dizendo verdades duras à protagonista, e Frei Jorge, tendo sempre uma palavra de conforto, parecem o coro grego.
Mas, por outro lado, a peça está a transbordar de romantismo:
1. A crença no sebastianismo;
2. A crença no aparecimento dos mortos, em Telmo;
3. A crença em agouros, em dias aziagos, em superstições;
4. As visões de Maria, os seus sonhos, o seu idealismo patriótico;
5. O «titanismo» de Manuel de Sousa incendiando a casa só para que os Governadores do Reino a não utilizassem;
6. A atitude que Maria toma no final da peça ao insurgir-se contra a lei do matrimónio uno e indissolúvel, que força os pais à separação e lhos rouba.
Se a isto acrescentarmos certas características formais, como
7. O uso da prosa;
8. A divisão em três actos;
9. O estilo todo, do princípio ao fim, terá que concluir que é um drama romântico, com lances de tragédia apenas no conteúdo.»

Biografia Almeida Garrett


Nascido no Porto, a 4 de Fevereiro de 1799, João Baptista da Silva Leitão viria a falecer em Lisboa a 9 de Dezembro de 1854.
Os seus pais refugiaram-se em Angra, como consequência da invasão francesa de Soult, em 1809, onde o escritor recebeu a influência benéfica do seu tio paterno, o bispo D. Frei Alexandre da Sagrada Família, tendo recebido Ordens Menores e tendo mesmo, aos 15 anos, subido ao púlpito numa igreja da Graciosa, em substituição do pregador.
Matriculado em 1816 na Faculdade de Direito de Coimbra, em breve se dedica à actividade dramática num meio académico agitado pelas novas ideias, sobretudo políticas.
Concluído o curso, em 1821 (ano em que termina O Retrato de Vénus), vem para Lisboa, onde imediatamente acumula triunfos, no âmbito literário, com a representação de Catão (estreado a 29-11-1821), afectivos, com o fulgurante casamento com Luísa Midosi (de quem viria a separar-se em 1836), e políticos, inaugurados estes com a oração fúnebre a Manuel Fernandes Tomás.
Exilado como liberal em 1823, viveu em Inglaterra e em França até 1826.
No regresso a Portugal dirige os jornais O Português e O Cronista, mas conhece de novo o exílio de 1828 a 1832, voltando a Portugal, com os bravos do Mindelo.
De 1833 a 1836, é nomeado Encarregado de Negócios e Cônsul-Geral na Bélgica.
Passos Manuel, na chefia do Governo após a Revolução de Setembro de 1838, encarrega-o da restauração do teatro português, missão que leva a cabo criando, não só o Conservatório de Arte Dramática, mas igualmente a Inspecção-Geral dos Teatros e sobretudo o Teatro Nacional.
É nomeado Deputado em 1837, Cronista-Mor em 1838 e finalmente Par do Reino em 1851.
Em 1852, num Ministério presidido por Saldanha, foi encarregado, por alguns meses, da pasta dos Negócios Estrangeiros.
D. Pedro V agraciou-o, a 25 de Junho de 1854, meses antes da sua morte, com o título de Visconde de Almeida Garrett.

Bibliografia Almeida Garrett

Teatro
Dá início ao seu projecto de regeneração do teatro português, levando à cena em
1838 Um Auto de Gil Vicente, pouco antes Filipa de Vilhena e, em 1842, O Alfageme de Santarém, todas sobre temas da história de Portugal.
Em
1844 é publicada a sua obra-prima, Frei Luís de Sousa, que um crítico alemão, Otto Antscherl, considerou a "obra mais brilhante que o teatro romântico produziu". Estas peças marcam uma viragem na literatura portuguesa não só na selecção dos temas, que privilegiam a história nacional em vez da antiguidade clássica, como sobretudo na liberdade da acção e na naturalidade dos diálogos.

Prosa
Em
1843, Garrett publica o Romanceiro e o Cancioneiro Geral, colectâneas de poesias populares portuguesas, e em 1845 o primeiro volume d'O Arco de Santana (o segundo apareceria em 1850), romance histórico inspirado por Notre Dame de Paris de Victor Hugo. Esta obra seduz não só pela recriação do ambiente medieval do Porto, mas sobretudo pela qualidade da prosa, longe das convenções anteriores e muito mais próxima da linguagem falada.
A obra que se lhe seguiu deu expressão ainda mais vigorosa a estas tendências:
Viagens na minha terra, livro híbrido em que impressões de viagem, de arte, paisagens e costumes se entrelaçam com uma novela romântica sobre factos contemporâneos do autor e ocorridos na proximidade dos lugares descritos (outra inovação para a época, em que predominava o romance histórico). A naturalidade da narrativa disfarça a complexidade da estrutura desta obra, em que alternam e se entrecruzam situações discursivas, estilos, narradores e temas muito diversos.


Poesia
Na poesia, Garrett não foi menos inovador. As duas colectâneas publicadas na última fase da sua vida (Flores sem fruto, de
1844, e sobretudo Folhas caídas, de 1853) introduziram uma espontaneidade e uma simplicidade praticamente desconhecidas na poesia portuguesa anterior.
Ao lado de poemas de exaltada expressão pessoal surgem pequenas obras-primas de singeleza ímpar como «Pescador da barca bela», próximas da poesia popular quando não das cantigas medievais. A liberdade da
metrificação, o vocabulário corrente, o ritmo e a pontuação carregados de subjectividade são as principais marcas destas obras.
Tempo

A acção dramática de Frei Luis de Sousa acontece em 1599, durante o domínio filipino, 21 anos após a batalha de Alcácer-Quibir. Esta batalha aconteceu a 4 de Agosto de 1578.

- Período vasto de tempo (21 anos) mas a acção representada tem apenas uma semana;
- Batalha de Alcácer Quibir (1578) + 7 anos + 14 anos;
- Primeira sexta-feira (27 de Julho de 1599) + 8 dias Segunda sexta-feira (4 de Agosto de 1599) – HOJE (Acto II).

5 de Agosto (consequências do hoje) - madrugada
• Em cena têm apenas duas partes de dois dias;
• Tempo histórico (o desenrolar da acção está dependente da batalha).

Tempo da acção
• Ao afunilamento do espaço corresponde uma concentração do tempo dum dia especial da semana: 6ª feira;
• As principais cenas passam-se durante a noite.
Excertos retirados na obra:
"A que se apega esta vossa credulidade de sete… e hoje mais catorze… vinte e un anos?", pergunta D. Madalena a Telmo (Acto I, cena II).
"Vivemos seguros, em paz e felizes… há catorze anos" (1, cena II).
"Faz hoje anos que… que casei a primeira vez, faz anos que se perdeu el-rei D. Sebastião, e faz anos também que… vi pela primeira vez a Manuel de Sousa", afirma D. Madalena (II. cena X).
"Morei lá vinte anos cumpridos" (…) "faz hoje um ano… quando me libertaram", diz o Romeiro (II. cena XIV).

Maria de Noronha


Maria de Noronha – Filha de D. Madalena e D. João;
amor filial, curiosidade;
sonho, fantasia, idealismo, filha fatal, adolescente fantasista, sebastianista por influência de Telmo, adivinhava " lia nos olhos e nas estrelas ";
sempre febril, cresceu de repente, criança precoce; gosto pela aventura, frágil, alta, magra, faces rosadas, patriota, intuitiva, inteligente.
Personagem de Frei Luís de Sousa (1843) de Almeida Garrett.
Fruto da união entre D. Manuel de Sousa Coutinho e D. Madalena de Vilhena, é uma criança bondosa e sensível, extremamente intuitiva, que junta ao idealismo um alto sentimento patriótico. Até à catástrofe, consubstanciada no regresso de D. João de Portugal, os seus pressentimentos contribuem para acumular indícios e adensar o clima trágico.
No final, quando ambos os pais tomam o hábito, Maria morre "de vergonha".
Segundo uma linha de leitura tradicional do drama, que tende a ver na acção e nas personagens reflexos das vivências do autor, a figura de Maria seria uma projecção de Maria Adelaide, filha natural de Garrett e Adelaide Deville.

D. Madalena de Vilhena - Frei Luís de Sousa



“Em tudo o mais sou mulher, muito mulher.”

Esta afirmação de Madalena é uma exacta auto-caracterização de uma personagem romântica. Na realidade, D. Madalena foi sempre dominada pelo sentimento do amor. Religiosa, sim, mas não compreendia que o amor de Deus pudesse exigir o sacrifício do amor humano. Amava a filha, sim, mas o amor de mulher (para com Manuel de Sousa) era superior ao amor de mãe. Senhora virtuosa, como convinha à sua dignidade social, mas essa virtude oscilava entre a realidade e a aparência (amou o segundo marido ainda quando vivia com o primeiro).

Uma mulher bem nascida, da família e sangue dos Vilhenas, cujos sentimentos dominam a razão:
sentimento do amor à Pátria é praticamente inexistente: considera a atitude dos governadores espanhóis como uma ofensa pessoal;

Para ela, é inaceitável que o sentimento do amor de Deus possa conduzir ao sacrifício do amor humano, não compreendendo, nem aceitando a atitude da condessa de Vimioso que abandonou o casamento para entrar em votos: isto explica que, até ao limite, tente dissuadir o marido da tomada do hábito, só se resignando quando tem a certeza de que ele já foi.

Apesar de se não duvidar do seu amor de mãe, é nela mais forte o amor de mulher, ao contrário do que acontece com Manuel de Sousa Coutinho, que se mostra muito mais preocupado com a filha do que com a mulher.

A consciência da sua condição social mantém a sua dignidade, mas tal não impediu de ter amado Manuel de Sousa ainda em vida de D. João de Portugal e de ter casado com aquele sem a prova material da morte deste.

Pecadora: o nome “Madalena” evoca a figura bíblica da pecadora com o mesmo nome.

Torturada pelo remorso do passado: não chega a viver o presente por impossibilidade de abandonar o passado.
Olá a todos.

Iniciamos a semana passada o estudo da obra de Almeida Garrett "Frei Luís de Sousa". Como tal, realizamos algumas pesquisas sobre a obra, as quais apresentamos neste blogue.

09 junho 2008

O Romantismo em Portugal

Bocage, por detrás da história

"A Água"

Meus senhores eu sou a água
que lava a cara, que lava os olhos
que lava a rata e os entrefolhos
que lava a nabiça e os agriões
que lava a piça e os colhões
que lava as damas e o que está vago
pois lava as mamas e por onde cago.

Meus senhores aqui está a água
que rega a salsa e o rabanete
que lava a língua a quem faz minete
que lava o chibo mesmo da raspa
tira o cheiro a bacalhau rasca
que bebe o homem, que bebe o cão
que lava a cona e o berbigão.

Meus senhores aqui está a água
que lava os olhos e os grelinhos
que lava a cona e os paninhos
que lava o sangue das grandes lutas
que lava sérias e lava putas
apaga o lume e o borralho
e que lava as guelras ao caralho

Meus senhores aqui está a água
que rega rosas e manjericos
que lava o bidé, que lava penicos
tira mau cheiro das algibeiras
dá de beber ás fressureiras
lava a tromba a qualquer fantoche e
lava a boca depois de um broche.


Após a leitura deste poema, reparamos que Bocage é um grande
homem...Não tem papas na lingua e descreve o poema sem qualquer tipo
de preconceitos. Sendo que a leitura é de fácil intepretação e de
linguagem. Para um poema de séc:.XVIII, onde a mentalidade da
sociedade da altura era muito mais reservada, onde havia preconceitos
quando a determinados aspectos, Bocage ultrapassa os preconceitos da
altura escrevendo este e outros poemas.

Bocage

Ao aproximar-se a hora da morte, escreveu: "(...) Rasga meus versos. Crê na eternidade."


Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.

Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa!... Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse, pura!

Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:

Outro Aretino fui... A santidade
Manchei!... Oh! Se me creste, gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!

Auto- retrato de Bocage


Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão n’altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno;

Incapaz de assistir num só terreno
Mais propenso ao furor do que à ternura,
Bebendo de níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno;

Devoto incensador de mil deidades
(Digo de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades;

Eis Bocage, em que luz algum talento:
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento.

Poeta cuja lírica prenuncia o movimento romântico, foi sobretudo pela veia satírica, jocosa e erótica que Bocage – “mais propenso ao furor do que à ternura”

Pintura no Romantismo


A pintura foi a disciplina mais representativa do romantismo. Foi ela o veículo que consolidaria definitivamente o ideal de uma época. As cores se libertaram e fortaleceram, dando a impressão, às vezes, de serem mais importantes que o próprio conteúdo da obra. A paisagem passou a desempenhar o papel principal, não mais como cenário da composição, mas em estreita relação com os personagens das obras e como seu meio de expressão.
É o que acontece com as tempestades de Turner, cuja força expressiva permitiu ao pintor prescindir, intencionalmente, de toda presença humana; ou das montanhas nebulosas de Friedrich, solitárias e místicas. Na França e na Espanha, o romantismo produziu uma pintura de grande força narrativa e de um ousado cromatismo, ao mesmo tempo dramático e tenebroso. É o caso dos quadros das matanças de Delacroix, ou do Colosso de Goya, que antecipou, de certa forma, a pincelada truncada do impressionismo.

Arte Romântica



Biografia Bocage


BOCAGE 1765-1805

Bocage era espectacular! Teve uma vida devassa, era boémio, por isso a fama de pervertido, maldito. Porém, quem conhece a sua obra, sabe da sua grandeza e complexidade. Nós consideramos Bocage um poeta brilhante, e admiramos principalmente,a sua fase pré-romântica.

*Defenitivamente, um GRANDE Poeta !Apenas tinha uma mente muito aberta para a epoca..
Pré- Romantismo

O pré-romantismo é uma tendência pela literatura que começou nos fins do século XVIII, esta tendência começa a afastar-se do neoclássico e começa a seguir os ideais do Romantismo. Na Inglaterra e na Alemanha surge como movimentos, em Portugal não chega a ser movimento, manifestando-se em escritores, muitos deles ainda ligados ao arcadismo. As características fundamentais do pré-romantismo são a valorização do sentimento, o amor da natureza e da vista da paisagem como locus horrendos.



ROMANTISMO



O Romantismo foi um movimento artístico e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa que perdurou por grande parte do século XIX.

Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao racionalismo que marcou o período neoclássico e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa. Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o Romantismo toma mais tarde a forma de um movimento e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo.

Se o século XVIII foi marcado pela objectividade, pelo Iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjectividade, pela emoção e pelo eu.
O termo romântico refere-se, assim, ao movimento estético ou, num sentido mais lato, à tendência idealista ou poética de alguém que carece de sentido objectivo.

Origens

O Romantismo surgiu na Europa numa época em que o ambiente intelectual era de grande rebeldia. Na política, caíram os sistemas de governo despótico e surgia o liberalismo político (não confundir com o liberalismo económico do Século XX). No campo social imperava o inconformismo e no campo artístico o repúdio às regras. A Revolução Francesa é o clímax desse século de oposição. No Brasil, o romantismo coincidiu com a independência política em 1822 com o 2º Reinado, a guerra do Paraguai e a campanha abolicionista.
Alguns autores neoclássicos já nutriam um sentimento mais tarde dito romântico antes de seu surgimento de fato, sendo assim chamados pré-românticos. Nesta classificação encaixam-se Francisco Goya e Bocage.

O Romantismo viria a manifestar-se de formas bastante variadas nas diferentes artes e marcaria, sobretudo, a literatura e a música (embora ele só venha a se manifestar realmente aqui mais tarde do que em outras artes). À medida que a escola foi sendo explorada, foram surgindo críticos à sua demasiada idealização da realidade. Destes críticos surgiu o movimento que daria forma ao Realismo.
Neste sentido, as características centrais do romantismo viriam a ser o lirismo, o subjetivismo e o sonho de um lado e o exagero e a busca pelo exótico e pelo inóspito de outro. Também destacaram-se o nacionalismo, a idealização do mundo e da mulher, assim como a fuga da realidade e o escapismo. Eventualmente também será notado o pessimismo e um certo gosto pelo lúgubre.

27 maio 2008

Neoclassicismo

Movimento cultural do fim do século XVIII, o Neoclassicismo está identificado com a retomada da cultura clássica por parte da Europa Ocidental em reação ao estilo barroco. No entanto, o Neoclassicismo propõe a discussão dos valores clássicos, em contraposição ao Classicismo renacentista, que apenas replicava os princípios antigos sem críticas aprofundadas. A concepção de um ideal de beleza eterno e imutável não se sustenta mais. Para os neoclassicistas, os princípios da era clássica deveriam ser adaptados à realidade moderna.

Literatura Os textos empregam linguagem clara, sintética, gramaticalmente correta e nobre, derivado do espírito crítico do Iluminismo, que visa à reabilitação e restauração dos géneros, das formas, das técnicas e da expressão clássicas, que vingaram em Portugal no séc. XVI. Esta renovação faz-se acompanhar duma severa disciplina estética e dum purismo estremo, que procura libertar a língua de termos espúrios, restituindo-lhe uma sobriedade castiça e o rigor de sentido. Os primeiros indícios deste interesse por problemas de preceptiva literária e linguística aparecem logo no limiar do séc. XVII e vão-se acentuando progressivamente até ganharem a força de uma corrente contra os excessos e exageros do barroco, no séc. XVIII.. O Neoclassicismo vai actuar, portanto, em dois sectores capitais: o da doutrinação estética e o da criação literária.

Artes plásticas A arte neoclássica busca inspiração no equilíbrio e na simplicidade, bases da criação na Antiguidade. As características marcantes são o caráter ilustrativo e literário, marcados pelo formalismo e pela linearidade, poses escultóricas, com anatomia correta e exatidão nos contornos, temas "dignos" e clareza.

Pintura Uma amostra de pintura neoclássica nesse período é O Juramento dos Horácios, do francês Jacques-Louis David (1748-1825). A pintura neoclássica de David dominou o panorama artístico francês durante quase meio século, fazendo com que ele, acima das contingências políticas, fosse o pintor oficial da revolução francesa e, depois, do regime de Napoleão Bonaparte. Outro pintor de destaque é Dominique Ingres (1780-1867), de A Banhista de Valpinçon. Entre os italianos, sobressai Tiepolo (1696-1770).


Neoclassicismo (aproximadamente entre 1750-1830)
Características Neoclássicas

Reformulação da herança clássica através de uma expressão universal;

Utilização de elementos clássicos;

Temas históricos, mitológicos, alegóricos, naturalistas e ordens arquitectónicas clássicas;

Simetria, proporções, ordem e ritmo;

Simplicidade, austeridade, monumentalidade e despojamento;

Objectivo de ser uma arte com expressão universal;

Interesse na arte do passado, especialmente de Roma.

No campo técnico formal procurou o virtuosismo e a beleza idealizada dos Antigos, alcançados através de aprendizagens rigorosas, feitas nas academias.

No campo conceptual e temático, os conteúdos “elevados” (eruditos, abstractos ou moralizantes, baseados na História, na religião, na mitologia e na literatura), nos quais o Belo se confunde com o Útil e a Estética se aproxima da Ética;

Imitação e recriação dos clássicos.
Soneto de Marquesa de Alorna II

Eu cantarei um dia da tristeza
por uns termos tão ternos e saudosos,
que deixem aos alegres invejososde
chorarem o mal que lhes não pesa.

Abrandarei das penhas a dureza,
exalando suspiros tão queixosos,
que jamais os rochedos cavernosos
os repitam da mesma natureza.

Serras, penhascos, troncos, arvoredos,
ave, ponte, montanha, flor, corrente,
comigo hão-de chorar de amor enredos.

Mas ah! que adoro uma alma que não sente!
Guarda, Amor, os teus pérfidos segredos,
que eu derramo os meus ais inutilmente.
Soneto de Marquesa de Alorna

Esperanças de um vão contentamento,
por meu mal tantos anos conservadas,
é tempo de perder-vos,
já que ousadasabusastes de um longo sofrimento.

Fugi; cá ficará meu pensamento
meditando nas horas malogradas,
e das tristes, presentes e passadas,
farei para as futuras argumento.

Já não me iludirá um doce engano,
que trocarei ligeiras fantasias
em pesadas razões do desengano.

E tu, sacra Virtude, que anuncias,
a quem te logra, o gosto soberano,
vem dominar o resto dos meus dias.


Marquesa de Alorna


Vida
Leonor de Almeida Portugal nasceu em Lisboa em 31 de Outubro de 1750 e morreu em 11 de Outubro de 1839 em Benfica.
Foi reclusa em
Chelas de 1758 a 1777.
Esteve no exílio de 1803 a 1814. Teve uma infância atribulada, pois aos 8 anos foi encerrada como prisioneira com a mãe e a irmã no convento de São Félix em Chelas.
O seu pai foi preso acusado de participar no atentado ao rei D. José, Leonor, de oito anos. Em
Chelas passou a primeira parte da vida, com a mãe e a irmã, entregando-se ao estudo das obras de Rousseau, Voltaire, Montesquieu, Pierre Bayle e até a Enciclopédia de D'Alembert e Diderot, à composição de poesias que alcançaram grande fama e que figuraram nas suas obras completas com o titulo de Poesias de Chelas. Estavam em voga os chamados outeiros pela corte, e principalmente pelos conventos, e além dos sócios da Arcádia, havia bons poetas, entre os quais se distinguia Francisco Manuel do Nascimento, com o nome Filinto Elísio. Este poeta, com alguns amigos, começou a ir ao convento de Chelas, recitando versos, pedindo motes às freiras, esperando encontrar D. Leonor de Almeida e ouvi-la na grade. Com efeito a jovem apareceu, brilhou e confundiu os admiradores do seu talento.
Casou com o Conde de Oeynhausen e viajou por Viena, Berlim e Londres. Chegando a Viena, ganhou as simpatias da imperatriz Maria Teresa e do seu sucessor, D. José II, que a nomeou Dama da Cruz Estrelada. Quando o
Papa Pio VI foi visitar o imperador, também teve a honra de ser recebida pelo papa.
Tornou-se notável em Viena como poetisa e pintora.
Mandou para Lisboa, ao pai, o quadro da Soledade; o quadro Amor conjugal oferecido à princesa D. Maria Benedita, ardeu no incêndio do paço de Ajuda. Pintou outros, seu retrato e uma copia da Sybilla de Guido Reni. A maior parte, hoje perdidos. Sua saúde não se deu bem com o clima da Áustria; como os negócios de sua casa reclamavam a sua presença, Oeynhausen voltou para Lisboa, sendo nomeado inspector-geral da infantaria com o posto de tenente-general.
Enviuvou aos 43 anos de idade, vivendo com algumas dificuldades económicas, dificuldades estas que não a impediram de se dedicar à literatura. D. Leonor retirou-se com os filhos para suas propriedades de Almeirim, e outras em Almada. Entregou-se à educação dos filhos, estimada pelos benefícios que dispensava aos pobres, em Almeirim, pagava a uma mestra para ensinar as raparigas da vila e das povoações vizinhas a ler, escrever, coser. Foi nomeada dama de honor da rainha D.
Carlota Joaquina e encarregada de elaborar os desenhos para a decoração do paço da Ajuda, o que não executou.
Voltou em
1809, sua situação tornava-se critica: o irmão, D. Pedro, partira para a França no comando da Legião Portuguesa, e apesar de ter mandado seu filho para o Rio de Janeiro, os governadores do reino a intimaram para partir. Ao fim de dez anos conseguiu a reabilitação da memória do irmão, condenado como traidor à pátria, passou a usar do título de 4ª Marquesa de Alorna, e 6ª condessa de Assumar, como herdeira do irmão.
Os títulos de 6.ª condessa de Assumar e 4.ª marquesa de Alorna foram renovados por decreto de
26 de Outubro de 1833. Súbita respeitosa e obediente aos soberanos, era pouco afeiçoada à medicina, tendo por inúteis os remédios em sua idade, a filha D. Henriqueta lembrou-se de lhe falar em nome da rainha, para que tomasse os remédios que os médicos receitassem.
É considerada uma poetisa pré-romântica. As suas obras foram publicadas em 1844 em seis volumes com o título genérico de Obras Poéticas.

Obra
As obras da Marquesa de Alorna publicadas depois da sua morte são:
«Obras poéticas de D. Leonor d'Almeida, etc., conhecida entre os poetas portugueses pelo nome de Alcippe». Lisboa, 1844, com o retrato da autora. Seis volumes: Tomo I, II, III, IV, V e VI.



"Novo Dicionário da Língua Portuguesa"


PORQUE O SABER NÃO OCUPA LUGAR!!!!


Alevantar - O acto de levantar com convicção, com o ar de 'a mim ninguém me come por parvo!... alevantei-me e fui-me embora!'.
Aspergic - Medicamento português que mistura Aspegic com Aspirina.
Assentar - O acto de sentar, só que com muita força, como fosse um tijolo a cair no cimento.
Capom - Porta de motor de carros que quando se fecha faz POM!
Destrocar - Trocar várias vezes a mesma nota até ficarmos com a mesma.
Disvorciada - Mulher que se diz por aí que se vai divorciar.
É assim - Talvez a maior evolução da língua portuguesa. Termo que não quer dizer nada e não serve para nada. Deve ser colocado no início de qualquer frase. Muito utilizado por jornalistas e intelectuais.
Entropeçar - Tropeçar duas vezes seguidas.
Eros - Moeda alternativa ao Euro, adoptada por alguns portugueses.
Exensar - Termo que, para ser bem utilizado, tem que ser dito rapidamente para que algumas pessoas percebam que se quer dizer 'deves pensar'.
Falastes, dissestes e afins - Articulação na 4ª pessoa do singular. Ex.: EU falei, TU falaste, ELE falou, TU FALASTES.
Fracturação - O resultado da soma do consumo de clientes em qualquer casa comercial. Casa que não fractura... não predura.
Inclusiver - Forma de expressar que percebemos de um assunto. E digo mais: eu inclusiver acho esta palavra muita gira.
- A forma mais prática de articular a palavra MEU e dar um ar afro à língua portuguesa, como 'bué' ou 'maning'. Ex.:Atão mô, tudo bem?
Nha - assim como Mô, é a forma mais prática de articular a palavra MINHA. Para quê perder tempo, não é? Fica sempre bem dizer 'Nha Mãe' e é uma poupança extraordinária.
Númaro - Já está na Assembleia da República uma proposta de lei para se deixar de utilizar a palavra NÚMERO, a qual está em claro desuso. Por mim, acho um bom númaro!
Parteleira - Local ideal para guardar os livros de Português do tempo da escola.
Perssunal - O contrário de amador. Muito utilizado por jogadores de futebol. Ex. 'Sou perssunal de futebol'. Dica: deve ser articulada de forma rápida.
Pitaxio - Aperitivo da classe do 'mendoim'.
Prontus - Usar o mais possível. É só dar vontade e podemos sempre soltar um 'prontus'! Fica sempre bem.
Prutugal - País ao lado da Espanha. Não é a Francia.
Rondana - Uma roldana que ronda à volta de si mesma.
Quaise - Também é uma palavra muito apreciada pelos nosso pseudo-intelectuais. Ainda não percebi muito bem o quer dizer, mas o problema deve ser meu.
Shampum - Líquido para lavar o cabelo que quando cai na banheira faz PUM.
Stander - Local de venda. A forma mais famosa é, sem dúvida, o 'stander' de automóveis.
Tipo - Juntamente com o 'É assim', faz parte das grandes evoluções da língua portuguesa. Também sem querer dizer nada e não servir para nada, pode ser usado quando se quiser, porque nunca está errado, nem certo. É assim... tipo tás a ver?
Treuze - Palavras para quê? Todos nós conhecemos o númaro treuze.
Vosso mail - Se alguém não atende o telemóvel obviamente que vai para o vosso mail...

20 maio 2008


Fernando Pessoa
"Mensagem"

"Ó MAR SALGADO,
Quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar.
Valeu a pena?
Tudo vale a penase a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu."


"Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!"

Fernando António Nogueira Pessoa (1888-1935, Lisboa), poeta e escritor português. Pessoa, considerada junto de Luís Vaz de Camões um dos mais importantes poetas de língua portuguesa.
"O veganismo e o vegetarianismo têm como objectivo reduzir o impacto negativo que as nossas acções têm sobre o bem-estar animal, o ambiente e nós mesmos, alterando o que está ao alcance de cada um - a alimentação.

Uma vez que o sistema de produção intensiva de animais provoca dor e angústia nos animais criados, desrespeita o ambiente e aumenta os problemas de saúde em quem os consome, devemos evitar estes produtos e começar a conhecer e explorar outros recursos económica e eticamente mais sustentáveis."

Excerto de um texto retirado do site:Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais

Trava Línguas II

Esta burra torta trota
Trota, trota, a burra torta.
Trinca a murta, a murta brota
Brota a murta ao pé da porta.
-----------------------------------

Um ninho de mafagafas
Com sete mafagafinhos
Quando o mafagafa gafa
Gafam os setes mafagafinhos.
-----------------------------------

A história é uma sucessão sucessivados
sucessos que se sucedem sucessivamente.
-----------------------------------

Percebeste? Se não percebeste,faz que percebeste
para que eu perceba que tu percebeste.
Percebeste?
-----------------------------------

Tenho um colarinho muito bem encolarinhado.
Foi o colarinhador que me encolarinhou este colarinho
Vê se és capaz de encolarinhar
tão bem encolarinhado como o encolarinhador
que me encolarinhou este colarinho.
-----------------------------------

Mário Mora foi a Moracom intenções de vir embora mas, como em Mora demora; diz um amigo de Mora:
- Está cá o Mora?
- Então agora o Mora mora em Mora?
- Mora, mora.
------------------------------

Arcas, arcas, arcas, arcas, arcas...
O rato roeu a rolha da garrafa do rei da Rússia
Jaime, Jaime, Jaime, Jaime, Jaime...
Um tigre, dois tigres, três tigres
Padre Pedro prega pregos. Pregos prega padre Pedro...
Se cá nevasse fazia-se cá ski.
Um limão, dois limões, meio limão.
Que faria o Faria, se não fosse Faria? Faria o que faria, quem não fosse faria.

A língua Portuguesa é estupenda...É preciso imaginação...


Na escola, o Professor pergunta ao Zézinho:
- Porque é que Camões é célebre?
- Pela sua memória, professor.
- Porque é que dizes isso?
-Porque no monumento está escrito "À memória de Camões".

Numa manhã, a professora pergunta ao aluno:
- Diz-me lá quem escreveu "Os Lusíadas"?
O aluno, a gaguejar, responde:- Não sei, Sr.ª professora, mas eu não fui.
Começa a chorar. A professora, furiosa, diz-lhe:
- Pois então, de tarde, quero falar com o teu pai!
Em conversa com o pai, a professora faz-lhe queixa:- Não percebo o seu filho. Perguntei-lhe quem escreveu "Os Lusíadas" e ele respondeu-me que não sabia, que não foi ele...
Diz o pai:- Bem, ele não costuma ser mentiroso, se diz que não foi ele, é porque não foi. Já se fosse o irmão...
Irritada com tanta ignorância, a professora resolve ir para casa e, na passagem pelo posto local da G.N.R., diz-lhe o comandante:- Parece que o dia não lhe correu muito bem...
- Pois não, imagine que perguntei a um aluno quem escreveu "Os Lusíadas" e respondeu-me que não sabia, que não foi ele, e começou a chorar.
O comandante do posto:- Não se preocupe. Chamamos cá o miúdo, damos-lhe um "aperto", e vai ver que ele confessa tudo. Com os cabelos em pé, a professora chega a casa e encontra o marido sentado no sofá, a ler o jornal. Pergunta-lhe este:
- Então o dia correu bem?
- Ora, deixa-me cá ver. Hoje perguntei a um aluno quem escreveu "Os Lusíadas" começou a gaguejar, que não sabia, que não tinha sido ele, e pôs-se a chorar. O pai diz-me que ele não costuma ser mentiroso. O comandante da G.N.R. quer chamá-lo e obrigá-lo a confessar. Que hei-de fazer a isto?
O marido, confortando-a:- Olha, esquece. Janta, dorme e amanhã tudo se resolve. Vais ver que se calhar foste tu e já não te lembras...!

"Os Lusíadas"

Quem encontra palavras alojadas na vertical, na horizontal e na diagonal em todos os sentidos relativas a Os Lusíadas?



Trava Línguas I




O Mundo dos PÊS


Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor Português, pintava portas, paredes, portais. Porém, pediu para parar porque preferiu pintar Panfletos. Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder progredir.

Posteriormente, partiu para Pirapora. Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí, pois pretendia praticar pinturas para pessoas pobres. Porém, pouco praticou, porque Padre Paulo pediu para pintar panelas, porém posteriormente pintou pratos para poder pagar promessas. Pálido, porém personalizado, preferiu partir para Portugal para pedir permissão para papai para permanecer praticando pinturas, preferindo, portanto, Paris. Partindo para Paris, passou pelos Pirineus, pois pretendia pintá-los. Pareciam plácidos, porém, pesaroso, percebeu penhascos pedregosos, preferindo pintá-los parcialmente, pois perigosas pedras pareciam precipitar-se, principalmente pelo Pico, porque pastores passavam pelas picadas para pedirem pousada, provocando provavelmente pequenas perfurações, pois, pelo passo percorriam, permanentemente, possantes potrancas. Pisando Paris, pediu permissão para pintar palácios pomposos, procurando pontos pitorescos, pois, para pintar pobreza, precisaria percorrer pontos perigosos, pestilentos, perniciosos, preferindo Pedro Paulo precaver-se. Profunda privação passou Pedro Paulo.
Pensava poder prosseguir pintando, porém, pretas previsões passavam pelo pensamento, provocando profundos pesares, principalmente por pretender partir prontamente para Portugal. Povo previdente! Pensava Pedro Paulo... - Preciso partir para Portugal porque pedem para prestigiar patrícios, pintando principais portos portugueses. Paris! Paris! Proferiu Pedro Paulo.
- Parto, porém penso pintá-la permanentemente, pois pretendo progredir. Pisando Portugal, Pedro Paulo procurou pelos pais, porém Papai Procópio partira para Província.
Pedindo provisões, partiu prontamente, pois precisava pedir permissão para Papai Procópio para prosseguir praticando pinturas. Profundamente pálido, perfez percurso percorrido pelo pai. Pedindo permissão, penetrou pelo portão principal.
Porém, Papai Procópio puxando-o pelo pescoço proferiu: - Pediste permissão para praticar pintura, porém, praticando, pintas pior. Primo Pinduca pintou perfeitamente prima Petúnia.
Porque pintas porcarias? - Papai, - proferiu Pedro Paulo - pinto porque permitistes, porém, preferindo, poderei procurar profissão própria para poder provar perseverança, pois pretendo permanecer por Portugal. Pegando Pedro Paulo pelo pulso, penetrou pelo patamar, procurando pelos pertences, partiu prontamente, pois pretendia pôr Pedro Paulo para praticar profissão.
Perfeito: Pedreiro! Passando pela ponte precisaram pescar para poderem prosseguir peregrinando. Primeiro, pegaram peixes pequenos, porém, passando pouco prazo, pegaram pacus, piaus, piabas, piaparas, pirarucus. Partiram pela picada próxima, pois pretendiam pernoitar pertinho, para procurar primo Péricles primeiro. Pisando por pedras pontudas, Papai Procópio procurou Péricles, primo próximo, pedreiro profissional perfeito. Poucas palavras proferiram, porém prometeu pagar pequena parcela para Péricles profissionalizar Pedro Paulo.
Primeiramente Pedro Paulo pegava pedras, porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios, pois precisava pagar pintores práticos. Particularmente Pedro Paulo preferia pintar prédios. Pereceu pintando prédios para Péricles, pois precipitou-se pelas paredes pintadas.
Pobre Pedro Paulo pereceu pintando...

Permita-me, pois, pedir perdão pela paciência, pois pretendo parar para pensar... Para parar preciso pensar.
Pensei. Portanto, pronto: Pararei!
Tipos de Livros

Existem três tipos de livros: os que se lêem devagar, os que se lêem depressa e os que foram escritos para ocupar os espaços vazios na estante da sala. Estes últimos são quase todos vendidos pela Selecções do Reader's Digest, pelo que vou apenas falar dos dois primeiros.

Os que se lêem devagar não são muito diferentes dos que se lêem depressa: ambos têm um determinado número de páginas que vamos virando (uma de cada vez, de preferência) com o objectivo de chegar ao fim. Tanto uns como outros têm páginas com palavras que formam frases e frases que formam parágrafos e parágrafos que formam mais páginas.A principal diferença entre um livro que se lê devagar e um livro que se lê depressa está na velocidade com que queremos virar as páginas. Há livros que nos fazem virar as páginas mais devagar; outros deixam-nos tão ansiosos pelo final que viramos as páginas mais depressa.
Dito desta maneira, até parece que a Literatura é uma corrida – diferencia-a apenas a velocidade com que percorremos o caminho e a rapidez com que chegamos ao nosso destino. Claro que a Literatura não é a corrida ou a caminhada em si, mas o momento em que paramos para respirar.Como as grandes virtudes da vida moderna costumam ser apenas as que se prestam à quantificação, é natural que quem entre na corrida não tenha pachorra para o chato que está sempre a parar por querer apreciar a paisagem.

Os livros que se lêem depressa têm grande sucesso sobretudo quando a história «promete», pois folheamos as páginas com a maior rapidez possível. A ânsia é tanta que damos por nós a saltar parágrafos inteiros, se for preciso, só para chegar mais rapidamente ao fim.Deve ser essa a sensação dos fãs do Harry Potter quando afirmam estar «em pulgas» para saber o que vai acontecer no último livro.Embora estes saltos entre parágrafos pudessem ser terrivelmente prejudiciais para as obras que se lêem devagar, no caso dos livros do Harry Potter não se perde nada – digo isto não como crítica destrutiva mas porque, do ponto de vista do clímax da história (a confrontação final entre Harry Potter e Voldemort), são irrelevantes os bocejos provocados pelo capítulo em que se narra uma festa de casamento entre dois feiticeiros do jetset mágico.Há escritores que compreendem tão bem as ansiedades dos seus leitores que chegam a criar capítulos de duas ou três páginas cada – só para dar a ilusão de que o livro se lê bem porque, lá está, se lê mais depressa. Penso que esses livros podiam ser impressos consoante a linha de comboios a que se destinassem.

No meu caso, por exemplo, não me importaria que o primeiro capítulo de O Código Da Vinci se chamasse São João do Estoril, o segundo São Pedro do Estoril, o terceiro Parede, depois Carcavelos e por aí fora. Talvez até a busca do Santo Grall pudesse ser feita apenas entre as estações de Cascais e Cais do Sodré.Os livros que se lêem devagar, contudo, são mais difíceis de obter sucesso porque nos dizem certas coisas que às vezes não convém saber. Dizem-nos, por exemplo, que a Tecnologia é estupenda quando precisamos de ser velozes e atingir determinados objectivos, mas que não nos ajuda a respirar e ver a paisagem.Dou o exemplo dos blogues: a Tecnologia fornece-nos todas as ferramentas para abrir um com a maior das facilidades, mas infelizmente não nos pode ajudar quanto ao conteúdo dos posts. Isso é connosco. E quando chegamos a esse assunto tão importante – o que somos, o que temos dentro de nós e o que podemos fazer com aquilo que temos dentro de nós – convém estarmos preparados psicologicamente para a possibilidade de descobrir um enorme vazio.Não escrevi «enorme vazio» com a intenção de dizer que somos estúpidos ou menos inteligentes porque gostamos do Harry Potter, mas com a intenção de dizer que estamos enganados. O que preenche um ser humano é a Cultura, como escreveu Edward Bond, não é a Tecnologia ou a Tecnologia disfarçada de Magia. Cultura é tudo aquilo que te faz abrir os olhos sem te cegar: um livro, um passeio de bicicleta, uma peça de teatro, um filme, a letra de uma canção, alguém que te olha através de uma fotografia, um blogue, as palavras de um amigo.

Acho muito bem que se queira andar mais depressa quando é realmente necessário, mas nenhuma pessoa pode viver em plenitude sem que tenha sentido pelo menos uma vez na vida o prazer de ter simplesmente parado para respirar.Os livros que se lêem devagar são uma forma fácil de conseguir respirar neste mundo. Não só têm páginas que nos obrigam a ler mais devagar como até podem ter outras que nos obrigam a ler devagar, e devagar mais do que uma vez.

retirado de www.bitaites.org
PERÍODOS LITERÁRIOS

Finais do século XII a meados do século XIV
Lirismo Trovadoresco
Cantigas de amigo
Cantigas de amor
Cantigas de escárnio e de maldizer

Século XVI
1527 a 1580 ( morte de Camões)
Renascimento/Humanismo/Classicismo
Camões,
Bernardim Ribeiro
Sá de Miranda
António Ferreira
Gil Vicente

Século XVII 1580 a 1756
Barroco
Padre António Vieira

1756 a 1825 ( data da publicação do poema Camões)
Neoclassicismo
Bocage

1825 a 1865 ( data da Questão Coimbrã) ou 1871 ( data das Conferências do Casino Lisbonense)
Romantismo
Alexandre Herculano
Almeida Garrett
Júlio Dinis
Camilo Castelo Branco

1865 a 1900 ( data da morte de Eça de Queirós)
Realismo/Naturalismo
Antero de Quental
Teófilo Braga Gomes Leal
Eça de Queirós Guerra Junqueiro

Parnasianismo
Cesário Verde

Simbolismo
Camilo Pessanha
António Nobre

Tendências novi-românticas
Florbela Espanca
António Nobre

1900 a 1945 ( Segunda Guerra Mundial)
Modernismo ( Grupo do Orpheu)
Fernando Pessoa
Mário de Sá Carneiro
Almada Negreiros
Grupo da Presença José Régio Miguel Torga

Século XX ( da Segunda Guerra Mundial aos nossos dias)
Literatura Contemporânea
do neo-realismo à actualidade

Fernando Namora
José Cardoso Pires
Manuel Alegre
Sophia de Mello Breyner Andresen
Ary dos Santos

06 maio 2008

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades. (...) "

Luís de Camões


As mudanças também invadiram a nossa formação.

Aguardem pelas novidades que vos vamos trazer sobre a Língua Portuguesa.

Deixem-se surpreender!!!!