27 maio 2008
Movimento cultural do fim do século XVIII, o Neoclassicismo está identificado com a retomada da cultura clássica por parte da Europa Ocidental em reação ao estilo barroco. No entanto, o Neoclassicismo propõe a discussão dos valores clássicos, em contraposição ao Classicismo renacentista, que apenas replicava os princípios antigos sem críticas aprofundadas. A concepção de um ideal de beleza eterno e imutável não se sustenta mais. Para os neoclassicistas, os princípios da era clássica deveriam ser adaptados à realidade moderna.
Literatura Os textos empregam linguagem clara, sintética, gramaticalmente correta e nobre, derivado do espírito crítico do Iluminismo, que visa à reabilitação e restauração dos géneros, das formas, das técnicas e da expressão clássicas, que vingaram em Portugal no séc. XVI. Esta renovação faz-se acompanhar duma severa disciplina estética e dum purismo estremo, que procura libertar a língua de termos espúrios, restituindo-lhe uma sobriedade castiça e o rigor de sentido. Os primeiros indícios deste interesse por problemas de preceptiva literária e linguística aparecem logo no limiar do séc. XVII e vão-se acentuando progressivamente até ganharem a força de uma corrente contra os excessos e exageros do barroco, no séc. XVIII.. O Neoclassicismo vai actuar, portanto, em dois sectores capitais: o da doutrinação estética e o da criação literária.
Artes plásticas A arte neoclássica busca inspiração no equilíbrio e na simplicidade, bases da criação na Antiguidade. As características marcantes são o caráter ilustrativo e literário, marcados pelo formalismo e pela linearidade, poses escultóricas, com anatomia correta e exatidão nos contornos, temas "dignos" e clareza.
Pintura Uma amostra de pintura neoclássica nesse período é O Juramento dos Horácios, do francês Jacques-Louis David (1748-1825). A pintura neoclássica de David dominou o panorama artístico francês durante quase meio século, fazendo com que ele, acima das contingências políticas, fosse o pintor oficial da revolução francesa e, depois, do regime de Napoleão Bonaparte. Outro pintor de destaque é Dominique Ingres (1780-1867), de A Banhista de Valpinçon. Entre os italianos, sobressai Tiepolo (1696-1770).
Neoclassicismo (aproximadamente entre 1750-1830)
Características Neoclássicas
Reformulação da herança clássica através de uma expressão universal;
Utilização de elementos clássicos;
Temas históricos, mitológicos, alegóricos, naturalistas e ordens arquitectónicas clássicas;
Simetria, proporções, ordem e ritmo;
Simplicidade, austeridade, monumentalidade e despojamento;
Objectivo de ser uma arte com expressão universal;
Interesse na arte do passado, especialmente de Roma.
No campo técnico formal procurou o virtuosismo e a beleza idealizada dos Antigos, alcançados através de aprendizagens rigorosas, feitas nas academias.
No campo conceptual e temático, os conteúdos “elevados” (eruditos, abstractos ou moralizantes, baseados na História, na religião, na mitologia e na literatura), nos quais o Belo se confunde com o Útil e a Estética se aproxima da Ética;
Imitação e recriação dos clássicos.
Eu cantarei um dia da tristeza
por uns termos tão ternos e saudosos,
que deixem aos alegres invejososde
chorarem o mal que lhes não pesa.
Abrandarei das penhas a dureza,
exalando suspiros tão queixosos,
que jamais os rochedos cavernosos
os repitam da mesma natureza.
Serras, penhascos, troncos, arvoredos,
ave, ponte, montanha, flor, corrente,
comigo hão-de chorar de amor enredos.
Mas ah! que adoro uma alma que não sente!
Guarda, Amor, os teus pérfidos segredos,
que eu derramo os meus ais inutilmente.
Esperanças de um vão contentamento,
por meu mal tantos anos conservadas,
é tempo de perder-vos,
já que ousadasabusastes de um longo sofrimento.
Fugi; cá ficará meu pensamento
meditando nas horas malogradas,
e das tristes, presentes e passadas,
farei para as futuras argumento.
Já não me iludirá um doce engano,
que trocarei ligeiras fantasias
em pesadas razões do desengano.
E tu, sacra Virtude, que anuncias,
a quem te logra, o gosto soberano,
vem dominar o resto dos meus dias.

Foi reclusa em Chelas de 1758 a 1777.
O seu pai foi preso acusado de participar no atentado ao rei D. José, Leonor, de oito anos. Em Chelas passou a primeira parte da vida, com a mãe e a irmã, entregando-se ao estudo das obras de Rousseau, Voltaire, Montesquieu, Pierre Bayle e até a Enciclopédia de D'Alembert e Diderot, à composição de poesias que alcançaram grande fama e que figuraram nas suas obras completas com o titulo de Poesias de Chelas. Estavam em voga os chamados outeiros pela corte, e principalmente pelos conventos, e além dos sócios da Arcádia, havia bons poetas, entre os quais se distinguia Francisco Manuel do Nascimento, com o nome Filinto Elísio. Este poeta, com alguns amigos, começou a ir ao convento de Chelas, recitando versos, pedindo motes às freiras, esperando encontrar D. Leonor de Almeida e ouvi-la na grade. Com efeito a jovem apareceu, brilhou e confundiu os admiradores do seu talento.
Casou com o Conde de Oeynhausen e viajou por Viena, Berlim e Londres. Chegando a Viena, ganhou as simpatias da imperatriz Maria Teresa e do seu sucessor, D. José II, que a nomeou Dama da Cruz Estrelada. Quando o Papa Pio VI foi visitar o imperador, também teve a honra de ser recebida pelo papa.
Tornou-se notável em Viena como poetisa e pintora.
Enviuvou aos 43 anos de idade, vivendo com algumas dificuldades económicas, dificuldades estas que não a impediram de se dedicar à literatura. D. Leonor retirou-se com os filhos para suas propriedades de Almeirim, e outras em Almada. Entregou-se à educação dos filhos, estimada pelos benefícios que dispensava aos pobres, em Almeirim, pagava a uma mestra para ensinar as raparigas da vila e das povoações vizinhas a ler, escrever, coser. Foi nomeada dama de honor da rainha D. Carlota Joaquina e encarregada de elaborar os desenhos para a decoração do paço da Ajuda, o que não executou.
Voltou em 1809, sua situação tornava-se critica: o irmão, D. Pedro, partira para a França no comando da Legião Portuguesa, e apesar de ter mandado seu filho para o Rio de Janeiro, os governadores do reino a intimaram para partir. Ao fim de dez anos conseguiu a reabilitação da memória do irmão, condenado como traidor à pátria, passou a usar do título de 4ª Marquesa de Alorna, e 6ª condessa de Assumar, como herdeira do irmão.
Os títulos de 6.ª condessa de Assumar e 4.ª marquesa de Alorna foram renovados por decreto de 26 de Outubro de 1833. Súbita respeitosa e obediente aos soberanos, era pouco afeiçoada à medicina, tendo por inúteis os remédios em sua idade, a filha D. Henriqueta lembrou-se de lhe falar em nome da rainha, para que tomasse os remédios que os médicos receitassem.
É considerada uma poetisa pré-romântica. As suas obras foram publicadas em 1844 em seis volumes com o título genérico de Obras Poéticas.
Obra
As obras da Marquesa de Alorna publicadas depois da sua morte são:
«Obras poéticas de D. Leonor d'Almeida, etc., conhecida entre os poetas portugueses pelo nome de Alcippe». Lisboa, 1844, com o retrato da autora. Seis volumes: Tomo I, II, III, IV, V e VI.

PORQUE O SABER NÃO OCUPA LUGAR!!!!
Alevantar - O acto de levantar com convicção, com o ar de 'a mim ninguém me come por parvo!... alevantei-me e fui-me embora!'.
Aspergic - Medicamento português que mistura Aspegic com Aspirina.
Assentar - O acto de sentar, só que com muita força, como fosse um tijolo a cair no cimento.
Capom - Porta de motor de carros que quando se fecha faz POM!
Destrocar - Trocar várias vezes a mesma nota até ficarmos com a mesma.
Disvorciada - Mulher que se diz por aí que se vai divorciar.
É assim - Talvez a maior evolução da língua portuguesa. Termo que não quer dizer nada e não serve para nada. Deve ser colocado no início de qualquer frase. Muito utilizado por jornalistas e intelectuais.
Entropeçar - Tropeçar duas vezes seguidas.
Eros - Moeda alternativa ao Euro, adoptada por alguns portugueses.
Exensar - Termo que, para ser bem utilizado, tem que ser dito rapidamente para que algumas pessoas percebam que se quer dizer 'deves pensar'.
Falastes, dissestes e afins - Articulação na 4ª pessoa do singular. Ex.: EU falei, TU falaste, ELE falou, TU FALASTES.
Fracturação - O resultado da soma do consumo de clientes em qualquer casa comercial. Casa que não fractura... não predura.
Inclusiver - Forma de expressar que percebemos de um assunto. E digo mais: eu inclusiver acho esta palavra muita gira.
Mô - A forma mais prática de articular a palavra MEU e dar um ar afro à língua portuguesa, como 'bué' ou 'maning'. Ex.:Atão mô, tudo bem?
Nha - assim como Mô, é a forma mais prática de articular a palavra MINHA. Para quê perder tempo, não é? Fica sempre bem dizer 'Nha Mãe' e é uma poupança extraordinária.
Númaro - Já está na Assembleia da República uma proposta de lei para se deixar de utilizar a palavra NÚMERO, a qual está em claro desuso. Por mim, acho um bom númaro!
Parteleira - Local ideal para guardar os livros de Português do tempo da escola.
Perssunal - O contrário de amador. Muito utilizado por jogadores de futebol. Ex. 'Sou perssunal de futebol'. Dica: deve ser articulada de forma rápida.
Pitaxio - Aperitivo da classe do 'mendoim'.
Prontus - Usar o mais possível. É só dar vontade e podemos sempre soltar um 'prontus'! Fica sempre bem.
Prutugal - País ao lado da Espanha. Não é a Francia.
Rondana - Uma roldana que ronda à volta de si mesma.
Quaise - Também é uma palavra muito apreciada pelos nosso pseudo-intelectuais. Ainda não percebi muito bem o quer dizer, mas o problema deve ser meu.
Shampum - Líquido para lavar o cabelo que quando cai na banheira faz PUM.
Stander - Local de venda. A forma mais famosa é, sem dúvida, o 'stander' de automóveis.
Tipo - Juntamente com o 'É assim', faz parte das grandes evoluções da língua portuguesa. Também sem querer dizer nada e não servir para nada, pode ser usado quando se quiser, porque nunca está errado, nem certo. É assim... tipo tás a ver?
Treuze - Palavras para quê? Todos nós conhecemos o númaro treuze.
Vosso mail - Se alguém não atende o telemóvel obviamente que vai para o vosso mail...
20 maio 2008

"Ó MAR SALGADO,
Quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar.
Valeu a pena?
Tudo vale a penase a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu."
"Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!"
Fernando António Nogueira Pessoa (1888-1935, Lisboa), poeta e escritor português. Pessoa, considerada junto de Luís Vaz de Camões um dos mais importantes poetas de língua portuguesa.
Uma vez que o sistema de produção intensiva de animais provoca dor e angústia nos animais criados, desrespeita o ambiente e aumenta os problemas de saúde em quem os consome, devemos evitar estes produtos e começar a conhecer e explorar outros recursos económica e eticamente mais sustentáveis."
Excerto de um texto retirado do site:Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais
Trava Línguas II
Trota, trota, a burra torta.
Trinca a murta, a murta brota
Brota a murta ao pé da porta.
-----------------------------------
Um ninho de mafagafas
Com sete mafagafinhos
Quando o mafagafa gafa
Gafam os setes mafagafinhos.
-----------------------------------
A história é uma sucessão sucessivados
sucessos que se sucedem sucessivamente.
-----------------------------------
Percebeste? Se não percebeste,faz que percebeste
para que eu perceba que tu percebeste.
Percebeste?
-----------------------------------
Tenho um colarinho muito bem encolarinhado.
Foi o colarinhador que me encolarinhou este colarinho
Vê se és capaz de encolarinhar
tão bem encolarinhado como o encolarinhador
que me encolarinhou este colarinho.
-----------------------------------
Mário Mora foi a Moracom intenções de vir embora mas, como em Mora demora; diz um amigo de Mora:
- Está cá o Mora?
- Então agora o Mora mora em Mora?
- Mora, mora.
------------------------------
Arcas, arcas, arcas, arcas, arcas...
O rato roeu a rolha da garrafa do rei da Rússia
Jaime, Jaime, Jaime, Jaime, Jaime...
Um tigre, dois tigres, três tigres
Padre Pedro prega pregos. Pregos prega padre Pedro...
Se cá nevasse fazia-se cá ski.
Um limão, dois limões, meio limão.
Que faria o Faria, se não fosse Faria? Faria o que faria, quem não fosse faria.

A língua Portuguesa é estupenda...É preciso imaginação...
Na escola, o Professor pergunta ao Zézinho:
- Porque é que Camões é célebre?
- Pela sua memória, professor.
- Porque é que dizes isso?
-Porque no monumento está escrito "À memória de Camões".
Numa manhã, a professora pergunta ao aluno:
- Diz-me lá quem escreveu "Os Lusíadas"?
O aluno, a gaguejar, responde:- Não sei, Sr.ª professora, mas eu não fui.
Começa a chorar. A professora, furiosa, diz-lhe:
- Pois então, de tarde, quero falar com o teu pai!
Em conversa com o pai, a professora faz-lhe queixa:- Não percebo o seu filho. Perguntei-lhe quem escreveu "Os Lusíadas" e ele respondeu-me que não sabia, que não foi ele...
Diz o pai:- Bem, ele não costuma ser mentiroso, se diz que não foi ele, é porque não foi. Já se fosse o irmão...
Irritada com tanta ignorância, a professora resolve ir para casa e, na passagem pelo posto local da G.N.R., diz-lhe o comandante:- Parece que o dia não lhe correu muito bem...
- Pois não, imagine que perguntei a um aluno quem escreveu "Os Lusíadas" e respondeu-me que não sabia, que não foi ele, e começou a chorar.
O comandante do posto:- Não se preocupe. Chamamos cá o miúdo, damos-lhe um "aperto", e vai ver que ele confessa tudo. Com os cabelos em pé, a professora chega a casa e encontra o marido sentado no sofá, a ler o jornal. Pergunta-lhe este:
- Então o dia correu bem?
- Ora, deixa-me cá ver. Hoje perguntei a um aluno quem escreveu "Os Lusíadas" começou a gaguejar, que não sabia, que não tinha sido ele, e pôs-se a chorar. O pai diz-me que ele não costuma ser mentiroso. O comandante da G.N.R. quer chamá-lo e obrigá-lo a confessar. Que hei-de fazer a isto?
O marido, confortando-a:- Olha, esquece. Janta, dorme e amanhã tudo se resolve. Vais ver que se calhar foste tu e já não te lembras...!
"Os Lusíadas"
Trava Línguas I

O Mundo dos PÊS
Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor Português, pintava portas, paredes, portais. Porém, pediu para parar porque preferiu pintar Panfletos. Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder progredir.
Posteriormente, partiu para Pirapora. Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí, pois pretendia praticar pinturas para pessoas pobres. Porém, pouco praticou, porque Padre Paulo pediu para pintar panelas, porém posteriormente pintou pratos para poder pagar promessas. Pálido, porém personalizado, preferiu partir para Portugal para pedir permissão para papai para permanecer praticando pinturas, preferindo, portanto, Paris. Partindo para Paris, passou pelos Pirineus, pois pretendia pintá-los. Pareciam plácidos, porém, pesaroso, percebeu penhascos pedregosos, preferindo pintá-los parcialmente, pois perigosas pedras pareciam precipitar-se, principalmente pelo Pico, porque pastores passavam pelas picadas para pedirem pousada, provocando provavelmente pequenas perfurações, pois, pelo passo percorriam, permanentemente, possantes potrancas. Pisando Paris, pediu permissão para pintar palácios pomposos, procurando pontos pitorescos, pois, para pintar pobreza, precisaria percorrer pontos perigosos, pestilentos, perniciosos, preferindo Pedro Paulo precaver-se. Profunda privação passou Pedro Paulo.
- Parto, porém penso pintá-la permanentemente, pois pretendo progredir. Pisando Portugal, Pedro Paulo procurou pelos pais, porém Papai Procópio partira para Província.
Porém, Papai Procópio puxando-o pelo pescoço proferiu: - Pediste permissão para praticar pintura, porém, praticando, pintas pior. Primo Pinduca pintou perfeitamente prima Petúnia.
Perfeito: Pedreiro! Passando pela ponte precisaram pescar para poderem prosseguir peregrinando. Primeiro, pegaram peixes pequenos, porém, passando pouco prazo, pegaram pacus, piaus, piabas, piaparas, pirarucus. Partiram pela picada próxima, pois pretendiam pernoitar pertinho, para procurar primo Péricles primeiro. Pisando por pedras pontudas, Papai Procópio procurou Péricles, primo próximo, pedreiro profissional perfeito. Poucas palavras proferiram, porém prometeu pagar pequena parcela para Péricles profissionalizar Pedro Paulo.
Pobre Pedro Paulo pereceu pintando...
Permita-me, pois, pedir perdão pela paciência, pois pretendo parar para pensar... Para parar preciso pensar.
Pensei. Portanto, pronto: Pararei!
Existem três tipos de livros: os que se lêem devagar, os que se lêem depressa e os que foram escritos para ocupar os espaços vazios na estante da sala. Estes últimos são quase todos vendidos pela Selecções do Reader's Digest, pelo que vou apenas falar dos dois primeiros.
Os que se lêem devagar não são muito diferentes dos que se lêem depressa: ambos têm um determinado número de páginas que vamos virando (uma de cada vez, de preferência) com o objectivo de chegar ao fim. Tanto uns como outros têm páginas com palavras que formam frases e frases que formam parágrafos e parágrafos que formam mais páginas.A principal diferença entre um livro que se lê devagar e um livro que se lê depressa está na velocidade com que queremos virar as páginas. Há livros que nos fazem virar as páginas mais devagar; outros deixam-nos tão ansiosos pelo final que viramos as páginas mais depressa.
Dito desta maneira, até parece que a Literatura é uma corrida – diferencia-a apenas a velocidade com que percorremos o caminho e a rapidez com que chegamos ao nosso destino. Claro que a Literatura não é a corrida ou a caminhada em si, mas o momento em que paramos para respirar.Como as grandes virtudes da vida moderna costumam ser apenas as que se prestam à quantificação, é natural que quem entre na corrida não tenha pachorra para o chato que está sempre a parar por querer apreciar a paisagem.
Os livros que se lêem depressa têm grande sucesso sobretudo quando a história «promete», pois folheamos as páginas com a maior rapidez possível. A ânsia é tanta que damos por nós a saltar parágrafos inteiros, se for preciso, só para chegar mais rapidamente ao fim.Deve ser essa a sensação dos fãs do Harry Potter quando afirmam estar «em pulgas» para saber o que vai acontecer no último livro.Embora estes saltos entre parágrafos pudessem ser terrivelmente prejudiciais para as obras que se lêem devagar, no caso dos livros do Harry Potter não se perde nada – digo isto não como crítica destrutiva mas porque, do ponto de vista do clímax da história (a confrontação final entre Harry Potter e Voldemort), são irrelevantes os bocejos provocados pelo capítulo em que se narra uma festa de casamento entre dois feiticeiros do jetset mágico.Há escritores que compreendem tão bem as ansiedades dos seus leitores que chegam a criar capítulos de duas ou três páginas cada – só para dar a ilusão de que o livro se lê bem porque, lá está, se lê mais depressa. Penso que esses livros podiam ser impressos consoante a linha de comboios a que se destinassem.
No meu caso, por exemplo, não me importaria que o primeiro capítulo de O Código Da Vinci se chamasse São João do Estoril, o segundo São Pedro do Estoril, o terceiro Parede, depois Carcavelos e por aí fora. Talvez até a busca do Santo Grall pudesse ser feita apenas entre as estações de Cascais e Cais do Sodré.Os livros que se lêem devagar, contudo, são mais difíceis de obter sucesso porque nos dizem certas coisas que às vezes não convém saber. Dizem-nos, por exemplo, que a Tecnologia é estupenda quando precisamos de ser velozes e atingir determinados objectivos, mas que não nos ajuda a respirar e ver a paisagem.Dou o exemplo dos blogues: a Tecnologia fornece-nos todas as ferramentas para abrir um com a maior das facilidades, mas infelizmente não nos pode ajudar quanto ao conteúdo dos posts. Isso é connosco. E quando chegamos a esse assunto tão importante – o que somos, o que temos dentro de nós e o que podemos fazer com aquilo que temos dentro de nós – convém estarmos preparados psicologicamente para a possibilidade de descobrir um enorme vazio.Não escrevi «enorme vazio» com a intenção de dizer que somos estúpidos ou menos inteligentes porque gostamos do Harry Potter, mas com a intenção de dizer que estamos enganados. O que preenche um ser humano é a Cultura, como escreveu Edward Bond, não é a Tecnologia ou a Tecnologia disfarçada de Magia. Cultura é tudo aquilo que te faz abrir os olhos sem te cegar: um livro, um passeio de bicicleta, uma peça de teatro, um filme, a letra de uma canção, alguém que te olha através de uma fotografia, um blogue, as palavras de um amigo.
Acho muito bem que se queira andar mais depressa quando é realmente necessário, mas nenhuma pessoa pode viver em plenitude sem que tenha sentido pelo menos uma vez na vida o prazer de ter simplesmente parado para respirar.Os livros que se lêem devagar são uma forma fácil de conseguir respirar neste mundo. Não só têm páginas que nos obrigam a ler mais devagar como até podem ter outras que nos obrigam a ler devagar, e devagar mais do que uma vez.
retirado de www.bitaites.org
Finais do século XII a meados do século XIV
Lirismo Trovadoresco
Cantigas de amigo
Cantigas de amor
Cantigas de escárnio e de maldizer
Século XVI
1527 a 1580 ( morte de Camões)
Renascimento/Humanismo/Classicismo
Camões,
Bernardim Ribeiro
Sá de Miranda
António Ferreira
Gil Vicente
Século XVII 1580 a 1756
Barroco
Padre António Vieira
1756 a 1825 ( data da publicação do poema Camões)
Neoclassicismo
Bocage
1825 a 1865 ( data da Questão Coimbrã) ou 1871 ( data das Conferências do Casino Lisbonense)
Romantismo
Alexandre Herculano
Almeida Garrett
Júlio Dinis
Camilo Castelo Branco
1865 a 1900 ( data da morte de Eça de Queirós)
Realismo/Naturalismo
Antero de Quental
Teófilo Braga Gomes Leal
Eça de Queirós Guerra Junqueiro
Parnasianismo
Cesário Verde
Simbolismo
Camilo Pessanha
António Nobre
Tendências novi-românticas
Florbela Espanca
António Nobre
1900 a 1945 ( Segunda Guerra Mundial)
Modernismo ( Grupo do Orpheu)
Fernando Pessoa
Mário de Sá Carneiro
Almada Negreiros
Grupo da Presença José Régio Miguel Torga
Século XX ( da Segunda Guerra Mundial aos nossos dias)
Literatura Contemporânea
do neo-realismo à actualidade
Fernando Namora
José Cardoso Pires
Manuel Alegre
Sophia de Mello Breyner Andresen
Ary dos Santos
06 maio 2008
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades. (...) "
Luís de Camões
As mudanças também invadiram a nossa formação.
Aguardem pelas novidades que vos vamos trazer sobre a Língua Portuguesa.
Deixem-se surpreender!!!!